02 de Agosto
O que é ganho real e como calculá-lo nos diferentes investimentos disponíveis no mercado? #OrtecaMeAjuda
Um dos principais percentuais que salta aos olhos de qualquer investidor – seja o investidor iniciante ou mais experiente – é o percentual da rentabilidade do investimento. Afinal de contas, obter uma rentabilidade interessante é o objetivo de qualquer pessoa que realiza aportes no mercado.
O que muita gente ainda não sabe é que, independente da modalidade de aplicação, existe uma maneira correta de calcular o ganho real do investimento. Sem esta informação, muitos investidores acabam se iludindo com a rentabilidade nominal do investimento e não percebe, muitas vezes, que pode estar até mesmo perdendo dinheiro e conquistando um ganho real negativo em uma determinada aplicação.
Quer aprender a calcular o ganho real nos diferentes investimentos disponíveis no mercado e descobrir a rentabilidade real da sua carteira? Então continue a leitura do artigo de hoje e descubra como este cálculo pode ajudar você nos seus aportes ao longo do tempo!
O que é ganho real?
O conceito de ganho real ou rentabilidade real está relacionado aos efeitos da inflação em um determinado período. A rentabilidade real de um investimento, por exemplo, é o ganho que tivemos, de fato, em uma aplicação descontada a inflação durante o período da aplicação.
Para encontrar a rentabilidade real de um investimento é preciso descontar a inflação da rentabilidade nominal do período, que nada mais é que o valor bruto conquistado pelo investimento, sem considerar a perda de valor do dinheiro ao longo do tempo.
Desta forma, o investidor consegue identificar com clareza quanto seu investimento rendeu, de fato, em um determinado período, e se este aporte está valendo ou não a pena, se faz ou não sentido mantê-lo em detrimento de outras oportunidades de investimento disponíveis no mercado.
Rentabilidade x Inflação
Todo investidor – seja ele um pequeno poupador ou um investidor mais experiente – deve saber descontar a inflação do rendimento de seus investimentos. É por meio deste cálculo que conseguimos mensurar se determinada aplicação está, de fato, nos trazendo resultados positivos.
Como você já sabe, essa disparidade entre a rentabilidade real e nominal acontece por conta da inflação. Imagine que a inflação ao longo de um ano no país ficou em 5%. Isso significa, em termos simples, que uma determinada cesta de produtos que você adquiriria no início daquele ano com R$ 100,00 está 5% mais cara ao final daquele período, sendo necessária agora uma quantia de R$ 105,00 para adquirir aqueles mesmos produtos.
Os seus investimentos, portanto, devem render, no mínimo, a inflação do período para que você não perca dinheiro e tenha uma rentabilidade negativa.O poder de compra deve sempre ser mantido.
Um investimento que possua uma rentabilidade real positiva – já descontada a inflação – é o que todo investidor busca. Quanto maior for o ganho real alcançado, mais dinheiro o poupador conseguirá ganhar com seu aporte.
Como calcular o ganho real dos investimentos?
Muita gente acredita que calcular o ganho real dos investimentos consiste apenas em descontar da rentabilidade da aplicação – por exemplo, 10% ao ano – a inflação do período, que poderia ser, hipoteticamente, de 5% ao ano. Esta subtração nos daria um resultado final de 5% de rentabilidade real. O cálculo, no entanto, está errado.
Para calcular a rentabilidade real de um investimento é necessário, em primeiro lugar, descontar os impactos da inflação sobre o valor investido. Imagine, por exemplo, que você tenha comprado um imóvel para investimento por R$ 500.000,00 no primeiro dia de um determinado ano e, no último dia daquele mesmo ano, você tenha vendido seu imóvel por R$ 600.000,00.
É bastante comum que o investidor calcule que o retorno real do investimento tenha sido de R$ 100.000,00 – ou 20% – o que não é verdade. Neste caso, é preciso considerar os valores nominais e descontar a inflação deste período de um ano para identificar o que, de fato, o investidor ganhou com a venda do imóvel.
Vamos supor que a inflação no período tenha sido de 5% ao ano. Neste caso, para adquirir aquele mesmo imóvel no final do ano, o investidor precisaria desembolsar R$ 525 mil e não mais o valor inicial de R$ 500 mil.
Sendo assim, para calcular o ganho real do investimento – já descontada a inflação – basta calcular o ganho percentual considerando o valor que seria necessário desembolsar para realizar o mesmo aporte no final daquele ano. Na situação acima, portanto, a rentabilidade real conquistada pela venda do imóvel seria de R$ 75 mil – ou 14,28%.
Neste caso, utilizamos a seguinte conta para calcular a rentabilidade real do investimento: R$ 600.000 (valor da venda do imóvel) – R$ 525 mil (valor pago pelo imóvel no início do ano corrigido pela inflação de 5% no ano) = R$ 75 mil. Para calcular a porcentagem de ganho líquido basta fazer o seguinte cálculo: R$ 75 mil / R$ 525 mil * 100 = 14,28%.
Bastante interessante, não é mesmo?
Por que calcular a rentabilidade real dos investimentos?
Manter o hábito de calcular a rentabilidade real dos investimentos pode ajudar o investidor a identificar, sempre que necessário, se sua carteira de investimento está, de fato, lhe entregando um bom rendimento.
A caderneta de poupança, por exemplo, é um produto que, muitas vezes, entrega uma rentabilidade real abaixo da inflação – fazendo o poupador perder o poder de compra ao longo do tempo. E isso é um péssimo resultado para qualquer um que realiza aportes pensando em conquistar uma rentabilidade positiva ao longo do tempo e ganhar dinheiro com seus investimentos.
Calcular periodicamente o ganho real nos diferentes investimentos disponíveis no mercado permite ao investidor identificar quanto o seu poder de compra aumentou – ou diminuiu – em relação ao início do investimento e, a partir do resultado obtido, optar por manter ou não o investimento.
O cálculo do ganho real pode ainda lhe ajudar a identificar as melhores oportunidades de investimento para o futuro, a partir da comparação do ganho real obtido por diferentes produtos de investimento à disposição do investidor, com base na rentabilidade real passada. É importante ter em mente, no entanto, que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.
Apesar disso, estes resultados podem servir como referência para o investidor conseguir identificar a modalidade de investimento que melhor se adeque ao seu perfil e que tenha condições de oferecer os melhores rendimentos reais ao longo do tempo.
Agora que você já sabe o que é ganho real e como calculá-lo nos diferentes investimentos disponíveis no mercado, que tal dar uma conferida na sua carteira de investimentos e verificar a rentabilidade real que ela está lhe oferecendo? Você pode se surpreender com o resultado!